CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

sábado

A ARVORE DOS POEMAS



Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de
enterrados vivos.
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas
retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta a beira do caminho,
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de
cântaro, a doçura de fruto que poderia haver num
poema.
Maldita a geração sem poetas que deixa as almas
Seguirem, seguirem como animais em estútida
Migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas!
in: Bau de Espantos

2 comentários:

wallper.lima disse...

É...Quintana, homem simples no falar, mas tão sábio na escolha das palavras que nascem da alma, do que existe de mais puro num ser humano.
Vim agradecer seu comentário em meu blog sobre Cezanne - e dizer que realmente a vida de Cezanne não foi fácil, lutou até o fim, mas acredito que no finalzinho conseguiu chegar ao ponto ideal de sua meta...
Tenho em meu blog 2 presentes para vc.
Bjs
Waleria Lima.

Impressões digitais disse...

Muito bonito!!!
lindo lindo