“Nós os marcianos”, refere-se Quintana aos artistas: poetas, pintores, escultores, enfim, todos aqueles que tem a sensibilidade de ver o singular, o detalhe, o diferente, nas coisas que para a maioria dos mortais passam simplesmente despercebidas.
Nós, os marcianos,
não sabemos nada de nada,
por isso descobrimos coisas
que
de tão visíveis
vocês poderiam até sentar em cima delas...
Não brinco! Não minto! Um dia, um de nós (Van Gogh)
pintou uma cadeira vulgar.
Umas dessas cadeiras de palha trançada...
Mas, quando a viram na tela, foi aquela espantação:
“Uma cadeira!” exclamaram.
“Uma cadeira? Não, a cadeira.
Tudo é singular
Até as Autoridades sabem disso...
Se não, me explica
por que iriam fazer tanta questão
das tuas impressões digitais?!
Mario Quintana in:Esconderijos do Tempo
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