CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

segunda-feira

MINHA MORTE NASCEU QUANDO EU NASCI

Lendo - Pablo Picasso

(Para Moysés Vellinho)

Minha morte nasceu quando eu nasci...
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi

Já não tem mais aquele jeito amigo
De rir que, aí de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

Tu que és minha doce prometida,
Nem sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...

E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti...saber que tu existes!

In: A Rua dos Cataventos

2 comentários:

Tais Luso de Carvalho disse...

Interessante a relação de Quintana com a morte.
Li - não lembro onde - ‘que a morte não é o fim de tudo; ela é senão o fim de uma coisa e o começo da outra. Na morte o homem acaba: a alma começa’.

Acho que era algo assim que deixava Quintana tão à vontade, quando falava na sua ‘doce prometida’.

Bj.
Tais luso

wallper.lima disse...

Olá Bernardo, quanto tempo!
Adorei e concordo com ele, e até tenho uma postagem em que digo: Será que quando nascemos morremos, ou quando morremos nascemos? Acredito que a vida continua, e estamos sempre morrendo e nascendo a cada dia.
Abraços.
Waleria.