Quintana também se encantou com o céu estrelado e revela seu encantamento neste poema fazendo alusão a um amor findo.
Certamente pode escrever estes versos nas primeiras décadas do século XX, pois a partir daí o céu foi perdendo seu encanto na sua Porto Alegre, como em todas as grandes metrópoles onde a luz artificial ofusca e encobre o brilho das estrelas.
Quintana mesmo mais tarde registraria:
“Cidade grande: dia sem pássaros, noite sem estrelas.”
Bernardo
Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
De margaridas lindo campo em flor!
Tão alto o céu!... Pudesse eu ir colhê-las...
Diria alguma si me tens amor...
Estrelas altas! Que me importam elas?
Tão longe estão!... Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo...
Porém meu coração quase parou,
Lá foram voando as esperanças minhas
Quando uma, dentre aquelas estrelinhas,
Deus a guie! Do céu se despencou...
Com certeza era o amor que tu me tinhas
Que repentinamente se acabou!...
Mario Quintana in: A Rua dos Cataventos,
Um comentário:
Q triste a realidade urbana, sem pássaros, sem estrelas verdadeiras, sem a capacidade (cada vez mais escassa) de olhar para as coisas do mundo como Quintana...
Postar um comentário