
Ponho-me às vezes a cismar como seria belo
o fim do mundo, antes de Cristo...
Nos campos verdes
Decorativas ossadas
Brancas geometrias.
Na cidade morta
Colunas. O azul, imóvel, sonha
A última asa.
A folha,
Graça infinita,
Se desprende e tomba
No tanque: leve sorriso da água.
Porém, quando este mundo cibernético for para o
diabo que o forjou
E todas as nossas bugigangas eletrônicas virarem sucata
E todas as estrelas perderem os seus nomes,
Os únicos poetas que os sobreviventes entenderão
São os que hoje ainda falam no cricrilar dos grilos,
No frêmito do primeiro amor...
Redescobridores encantados da poesia
Esses pobres homens não serão nem ao menos
arqueólogos
E nós descansaremos, finalmente , em paz!

Um comentário:
Olá, Bernardo:
É verdade!!! Gostei disso:
..."Os únicos poetas que os sobreviventes entenderão
São os que hoje ainda falam no cricrilar dos grilos,
No frêmito do primeiro amor..."
De B.Brecht: "que tempos são estes em que é quase um delito falar de coisas inocentes?"
Estamos chegando lá!
Abraço, amigo, e boa semana.
Tais
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