
Ser, existir é surpreendente para qualquer mortal, que dirá quando esse mortal é um poeta e, mais ainda, quando esse poeta é Mario Quintana.
Nesse poema Mario descreve a partir do nascer e crescer de uma flor o encantamento da existência, da simples existência que a maioria dos mortais, não poetas passam por ela sem perceber.
A SURPRESA DE SER
A florzinha
Crescendo
Subia
Subia
Direito
Pro céu
Como na história de Joãozinho e o Pé de Feijão.
Joãozinho era eu
Na relva estendido
Atento ao mistério das formigas que trabalhavam tanto...
E as nuvens, no alto, pasmadas, olhavam...
E as torres, imóveis de espanto, entre vôos ariscos
Olhavam, olhavam...
E a água do arroio arregalava bolhas atônitas
Em torno de cada pedra que encontrava...
Porque todas as coisas que estavam dentro do balão
Azul daquela hora
Eram curiosas e ingênuas como a flor qua nascia
E cheias do tímido encantamento de se encontrarem juntas,
Olhando-se

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