(Para Moysés Vellinho)
Minha morte nasceu quando eu nasci...
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi
Já não tem mais aquele jeito amigo
De rir que, aí de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:
Tu que és minha doce prometida,
Nem sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida...
E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti...saber que tu existes!
In: A Rua dos Cataventos
2 comentários:
Interessante a relação de Quintana com a morte.
Li - não lembro onde - ‘que a morte não é o fim de tudo; ela é senão o fim de uma coisa e o começo da outra. Na morte o homem acaba: a alma começa’.
Acho que era algo assim que deixava Quintana tão à vontade, quando falava na sua ‘doce prometida’.
Bj.
Tais luso
Olá Bernardo, quanto tempo!
Adorei e concordo com ele, e até tenho uma postagem em que digo: Será que quando nascemos morremos, ou quando morremos nascemos? Acredito que a vida continua, e estamos sempre morrendo e nascendo a cada dia.
Abraços.
Waleria.
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