CADA POEMA É UM FRAGMENTO DO POEMA GERAL QUE QUINTANA VEIO COMPONDO
DURANTE TODA A SUA VIDA

sábado

NEM SABES COMO FOI AQUELE DIA


Nem sabes como foi naquele dia...
Uma reunião em suma tão vulgar!
Tu caíste em estado de poesia
Quando o Sr. Prefeito ia falar...

O mal sagrado! Que remédio havia?!
E como para nunca mais voltar,
Lá te foste na tarde de elegia,
Por essas ruas a perambular.

Paraste enfim junto a um salgueiro doente,
Um salgueiro que espiava sobre o rio
A primeira estrelinha...E, longamente,

Também ficaste à espera (quanta ânsia!)...
Mas a estrelinha, como um sonho, abriu,
Longe, no céu azul da rua da infância!

Mario Quintana em: A Rua dos Cataventos

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